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sexta-feira, 8 de abril de 2016

chuva de chumbo


chuva de chumbo, ecos no beco
silêncio por uns segundos na viela
exército negro aperta o cerco
entrando essa hora na favela

independente de onde seja
é uma rotina lá jorrar sangue
escola, padaria, porta de igreja
não tem hora pro bang-bang

protesto, gritos, choro incessante
tumulto, aglomeração, gente ao derredor
uma mulher geme pelo filho impaciente
bala perdida acerta o menor

parede surda, boca de ninguém
treme, espatifa com furo de bala
morador em casa se torna refém
ironia é morrer jantando na sala