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segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Sobrevoo


 Somos passarinhos voando alto, mas alguns animais que também gostariam de ter asas e não disfarçam a cobiça. Atiram pedras até nos acertar, obrigando a aterrizar e estar na mesma altitude que eles. Sem percepção ou propositalmente, sorriem ao atingir e tornar da mesma altura, se alegrando com a queda de quem voa.

 Nós que voamos, será que não percebemos o gozo de quem nos consegue ferir? Seja direta ou indiretamente, será que não percebemos as artimanhas de quem quer ser melhor? Quando na verdade, todos os animais tem o seu valor na fauna e a questão é somente reconhecer o próprio.

 Às vezes por voarmos, queremos nos sentir úteis aos que só caminham, e além de darmos a mão, o braço, a perna, vão querer também as nossas asas. E o mal costume de receberem de nós mais que o necessário e o poder, mostrarão quem realmente são por dentro, pois as garras de fora só colocarão, depois que conseguirem o que querem.

O oportunismo não tem limite, e põe no nosso coração o receio de negar algo e ser julgado como egoísta, mesquinho ou avarento, já que só presta quem é útil. Então nunca sinta culpa por ter o que o outro não tem, pois ou você lutou para conquistar ou Deus te regalou com algum propósito, mas tudo é merecimento.

 Nosso olhar e atenção, às vezes, são portas à quem merece a invisibilidade que tem. Quem merece ser visto, Deus levanta e Ele mesmo dá as asas para voar. Não podemos ser porteiro de quem Deus não abriu as portas na parede, e o certo é se murar contra estes. Sobrevoo é merecimento do céu.