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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Quando o Blog Cala o Livro Grita

 Já contei algumas vezes por aqui como tudo começou — como nasceu a poesia, como surgiu o Monóloguz — mas sinto que, nesta despedida, preciso revisitar um pouco dessa trajetória.

 A princípio, o blog era apenas uma nuvem na rede: um espaço onde eu pudesse guardar, organizar e tirar do papel aquilo que já vinha sendo escrito há muito tempo.

 O blog completou dez anos neste mês, mas os versos são ainda mais antigos. Em uma das postagens, falo sobre uma pessoa que, infelizmente, não está mais entre nós, mas que viveu o bastante para dar pulso de vida à poesia — e não morrer no meu coração. Foi ela quem reconheceu nos textos uma forma de arte e despertou o artista que ainda não sabia do impacto que poderia causar: provocar reflexão, tocar o íntimo, chamar a alma pra fora.

 E como essa nuvem não era privada, mas pública — um blogspot acessível a quem o algoritmo alcançasse — as visualizações começaram a chegar. Vieram as interações, o reconhecimento, até algumas homenagens... e, logo, tornou-se impossível não me orgulhar. Ganhei segurança no punho que nunca foi acadêmico, mas sempre foi autêntico.

 No início, a pegada do blog era puro romance adolescente: muita paixão, desilusão, o bom e velho clichê da poesia dramática — e assim permaneceu até o recente fim desta década. No começo, as dores eram mais presentes; com o tempo, os versos evoluíram para o desapego e o amor-próprio, que acabaram se tornando a identidade da escrita.

 Com a expansão do público e a necessidade de produzir mais, senti-me livre para ser mais transparente e transitar por outros temas. Ampliei o leque: passei a abordar desde ideologia até sexualidade, investindo em melhores ferramentas e na criação de conteúdo audiovisual. Os versos sempre foram autorais, mas as imagens eram terceirizadas, muitas do Tumblr. Para garantir o direito ao AdSense, o conteúdo precisava ser 100% original — e essa exigência me impulsionou a crescer.

 Ao mesmo tempo em que conquistava admiradores com humildade, também atraí perseguidores. Vi o mar se abrir diante de mim — e logo percebi o quanto certos temas incomodavam parte do público. Me recusei a manter a poesia enclausurada. Ela precisava fluir por onde fosse lícito — e até onde fosse tóxico. Começaram então as perseguições, com denúncias infundadas que derrubaram publicações e me fizeram perder o benefício do AdSense.

 Temendo perder o blog, criei o *Fissão Binária*, projeto que multiplicava o conteúdo do *Monóloguz* em outras plataformas — Tumblr, Facebook, Instagram, Pinterest, UOL Pensador, Twitter — por meio do personagem poético *Poetteus*. Juntos, somavam cerca de dez mil seguidores e o sonho de gestar o primeiro filho: o livro.

 Mas num belo dia, acordei com todas as minhas contas na rede Meta derrubadas, sem qualquer justificativa. Acredito que tenha sido pelas denúncias repetidas contra expressões poéticas como “m0rr3r”, “s4ngr4r”, “f3r1r” — justamente nos espaços com maior interação e alcance.

 Desanimei. Pensei em desistir da escrita e focar apenas nas minhas outras profissões. Afinal, é tão difícil viver de arte neste país — especialmente da poesia. E mais ainda quando se está exposto a perseguições e rasteiras. Mas é algo que não controlo em mim. Sempre sou arrastado de volta aos versos. Já não sei observar o mundo de outro jeito. Não sei deixar de ser poeta.

 Tudo tem seu fim. E por muito tempo, fui feliz aqui. Fui blogueiro, influencer, criador. Mas agora sinto que preciso ser autor — autor do livro que vai trazer um pedaço desta história. E assim como um dia as perseguições me empurraram para um salto, hoje não pode ser diferente.


domingo, 31 de agosto de 2025

Monóloguz: O Encerramento de Uma Era

 Tanto prorroguei o decreto que hoje não pode mais esperar: este é o último dia do mês em que o Monóloguz completa seu último aniversário. Acredito ser tão necessário quanto honesto com o público colocar este ponto final. Afinal, o fim das atualizações por aqui já era evidente — só faltava mesmo uma palavra minha.

 Na verdade, nunca quis encerrar o blog. Esta plataforma, este veículo, me acompanhou por dez anos, permitindo que eu dividisse com vocês minha poesia, tornando-me alguém melhor — e menos só — neste mundo. Convergimos pensamentos, iluminamos caminhos, e nos reconhecemos nos versos.

 Aqui também afiei a lâmina da minha espada contra os perseguidores. Os golpes sofridos só tornaram mais firme a mão que segurava a caneta, forçando a página a se expandir e alcançar cerca de dez mil seguidores nas redes sociais com o Poetteus.

 Por isso, este ponto final é, na verdade, um passo atrás — para que possamos saltar mais longe. A missão agora é maior: propagar a cultura dos versos em todas as suas formas — lidos, cantados, recitados, sentidos — e fazer dessa arte um caminho para nos tornarmos humanos melhores.

 Despeço-me aqui, mas deixo à disposição, no lado direito do blog, o acervo desta década inesquecível — com a promessa de que a poesia continuará viva em nossos corações.


quinta-feira, 16 de maio de 2024

#CartasAbertas

Sobre direitos e destemperos...


 Eu ter saído pra uma balada ontem sem você, é consequência de uma lacuna que se abriu entre nós quando não estávamos bem. Apesar de ser um direito meu, sair pra onde, quando e com quem eu quiser, assim como quando você também foi pra praia sem mim, mesmo sabendo que gosto de mar e sol. E nem por isso me comportei de forma agressiva ferindo os seus sentimentos, nem lhe ofendendo a torto e a direito. Depois que as palavras são ditas não podem ser retiradas, já estou cansado de desculpas e terminar toda hora uma relação que mal começou. Brigamos como se nos conhecêssemos à 5 anos, mas não estamos juntos a muito mal 5 meses. Sei que podemos resolver nossas questões como gente civilizada, com respeito, se é que a gente quer o bem do outro.

quarta-feira, 13 de março de 2024

Vou ficar pra titio 🐾

 Já ouvi algumas mulheres falarem sobre o relógio biológico despertar dizendo que é hora de ser mãe, e eu achava que era uma programação exclusiva do corpo feminino que fazia com que a mulher soubesse quando era o momento de ter um filho. Não imaginava que sendo homem também poderia sentir esse despertador tocar, até porque não se vê muito homem querendo ser pai por aí e comumente quando são, é por um descuido ou acidente, dificilmente planejando ter uma família. Porém, recentemente tenho sentido essa vontade que não sei explicar, vinda não sei da onde de ser pai. Questões internas sobre um novo alguém com meus traços, fome de aprender tudo o que tenho pra ensinar e que pode cuidar de mim quando ficar velho, têm surgido no auge dos meus quase 30 anos. Mas logo vem uma voz na minha cabeça dizendo que já tá vindo o meu 6° sobrinho por aí, que o mundo não está bom pra colocar mais uma criança nele, que os orfanatos estão cheios e criança dá trabalho, gastos e dor de cabeça desde o nascimento até o fim da nossa vida, apesar de ser uma das melhores experiências que um ser humano pode viver. Então me lembro que já sou pai da Attena(minha gatinha), e coincidentemente um amigo, que tem uma atenção especial pelos animais e já faz alguns trabalhos sociais, me perguntou se eu não queria adotar um novo pet que ele havia resgatado das ruas. Cheguei a conclusão de que não há problema nenhum em ficar pra titio, afinal, curto o melhor momento da infância dos meus sobrinhos sem precisar me preocupar tanto como um pai, pois não preciso de um filho pra ser feliz, primeiro tenho que ser feliz pra depois ter um filho, já que a verdadeira felicidade é valorização e gratidão pelo aqui e agora. 


SEJA PAI(MÃE) DE PET! 🐾



quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

malignos

 Os espíritos obsessores

não estão em outro plano,

estão vivos e encarnados!


ai, minha lombar

 Você percebe que amadureceu,

quando as costas doem mais que os amores.


carentes e insatisfeitas

 Não permita que pessoas carentes

e insatisfeitas com o que disponibiliza,

afetem quem você é ou o que pode dar.


silenciar

 Amadurecer não é matar a criança interior,

mas aprender quando é a hora de silenciá-la.


autoconvite

 a pior inconveniência

é o autoconvite


antesemais

 pense antes de fazer

mas faça mais que pensar


esmagar

 Cuidado pra não tornar grande

o que depois vai querer te esmagar.


Menos pior

 Quando ser

melhor a cada dia

estiver difícil

ser menos pior

já ajuda.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Cheers!


 O que você acharia de um novo amigo recém chegado ao seu ciclo, que na primeira oportunidade de falar do ciclo anterior em que participava, difama e critica sem citar um ponto positivo sequer? Você pode achar que esse novo amigo está certo ou errado, concordar ou discordar dele dependendo de seu argumento, mas tenho a certeza de que vai se questionar sobre o que ele dirá a respeito do seu ciclo quando a estadia nele terminar. Talvez você fique com o pé atrás em confiar ou suas mãos retidas para presentear algo, mas essa pessoa estará em constante observação sobre ser merecedora de estar ali ou não, se é que você seleciona suas amizades, claro.  

 E porque essa observação seria diferente, conosco recém chegando num novo ano, em que nas primeiras oportunidades de falar do anterior, difamamos e criticamos sem citar um ponto positivo sequer? Tudo bem que fácil nenhum ano é ou será, que pode ter sido difícil, sofrido, doloroso e até decepcionante, mas eles não são só compostos de luta, e mesmo se forem, isso tem também o seu significado e só o fato de poder tirar algum aprendizado do que vivemos, já é de grande valia. 

A porta da bênção é feita de gratidão pelo que virá e a janela da felicidade, feita de valorização pelo que já veio. Enxergar o lado positivo das coisas, se torna um exercício pra quem nutre a gratidão ao invés da automática reclamação(óbvio que sem virar o rosto pras adversidades ou fingir que elas não existem), mas caso o contrário, a depressão nos espera na próxima esquina. Não que "não estar sendo grato" venha acarretar numa doença psicológicapois se fosse assim a mais conhecida "depressão" não seria um dos males do século e facilmente se remediaria com doses de otimismo, apesar do jeito como o mundo tem caminhado ser demasiado deprimente. Porém se algum dia estiver difícil verter a sua forma de enxergar a vida, lembre-se de como o estado global do planeta terra está e que só de termos oxigênio pra respirar, é um milagre e já é motivo pra levantar as mãos pro céu, agradecer por ainda existirmos e fazer um brinde à nossa resiliência até aqui. Então, Cheers!


sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

fake crown

arrogância não é empoderamento

sana

quando relação é um problema
a solução é um poema

privada

se ninguém se agrada em defecar em cima de outro dejeto antes de dar descarga,

por quê então gostam de errar em cima de outro erro antes de ouvir a justificativa?