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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Poços de Amigos


Sempre preocupados em encher seus poços, mas nem um pouco dispostos a tratar as reservas que já possuem. Gastam seu tempo, cavando mais e mais poços, por mais estocar. O que não é problema quando não se tem o suficiente ou assistência necessária para todo o tratamento. E o receio da falta, faz esquecer do que já se tem, se entregando às toxinas, deixando poluir o que deveria ser límpido. Num desperdício e desvalor, preferindo quantidade de água, suja, do que a transparência cristalina.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Sente de Mentira


Sente de mentira, pois quer o mesmo abraço quando chegar.
Sente de mentira, por sempre ter quando precisar.
Sente de mentira, porque ninguém vai te buscar.
Sente de mentira, pra ter com quem se deitar.

Sente de mentira, pra ouvir sempre o que quer.
Sente de mentira, sempre que o frio vier.
Sente de mentira, e o que é de verdade não consegue ver.
Sente de mentira, porque se sentir de verdade vai doer.

Sente de mentira, para mesma porta se abrir.
Sente de mentira, pela necessidade se suprir.
Sente de mentira, e não sabe admitir.

Sente de mentira, nem precisa detector.
Sente de mentira, não conhece o amor.
Sente de mentira, o pior pecador.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Água Mole, Pedra Dura


Água mole em pedra dura, tanto bate até que cansa e segue a corrente. E tanto ela bateu, por ser mole. Antes fosse sagaz, entendendo a natureza dura, rude e imóvel da pedra, quando a própria natureza destinada é ao mar.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Black Blue Blood



O cabelo vai dizer, os olhos vão dizer, os traços vão dizer, mas se a pele não disser, a boca não tem o que dizer. É a pele que sente, é ela que não mente, antes ela fosse transparente, e por igual todos mostrar. Foi ela quem sofreu no açoite, de dia e de noite, cada rasgo, cada corte, resilientemente forte, toda ferida de morte, pelos séculos perpetuar. Quem sofre é o preto, nesse racismo em panfleto, e pra todo humor negro obsoleto, não há reposição cultural pra reparar. Que se cale o moreninho, nem se meta o escurinho, que aceita apelidinho, pra pele negra nomear. Muito é fácil advogar a causa, já ganha, injustiçada, por cada gota derramada, do nobre sangue negro ainda a pingar. Seja aqui ou aruanda, até dentro da umbanda, que se fechem as portas de wakanda, pra racista nenhum entrar.


domingo, 1 de dezembro de 2019

Parar de Chover


- Parar de Chover -

Vou deixar morrer
Aos poucos sem ar
Pra ver o que vai fazer
Ver o que vai falar

E parar de chover
Parar de regar
Pra ver se vai doer
Se vai se importar

Tá na sua mão
Se vai resgatar
O que vai fazer?

É teu o sim e o não
Vai tentar salvar
Ou deixar morrer?



domingo, 24 de novembro de 2019

Verde Transparente

E eu que vi o verde transparente, teimei de mergulhar, insisti que era lago. Tão tolo, morri no raso, por não saber nadar. Eram aqueles olhos, águas que eu não soube flutuar. Só quis ir à fundo, submergir naquele mundo, até o último segundo, de conseguir respirar. Mas tanto fôlego eu perdia, tanta água eu engolia, e maré que só subia, jogou meu corpo morto na praia vazia, aquele verde era mar.




quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Mal-entendido



Nutrir que foi só ego ferido, fica melhor de ser digerido, todo esse tempo perdido e o que não foi correspondido, que certamente será esquecido, e tudo foi só um mal-entendido.



sábado, 19 de outubro de 2019

devagar












Como pude não perceber. O tal motivo de sempre me fazer partir, acabei por cometer. Desculpe por isso até, mas só agora que estando no mesmo papel, entendo que não são gaiolas os simples abraços. Não sei o que quer, mas sei o que não quer, e não são prisões nem nada que se assemelhe à isso, ainda que sejam em forma de excessivos afagos ou declarações. Eu que sempre fugi do que me tirasse o ar, lá estava eu sufocando quem me cativou. Desculpe por adiantar os passos me apressando, minhas certezas não me permitem paciência. Sempre andei muito rápido, passei a vida atrasado, correndo atrás do ônibus. Desde jovem tão preocupado em não perder tempo, e cheio do tempo, nunca tempo tive pra andar devagar.


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

A Ciência da Lei da Atração

[Marca-Texto]


Emanar, é algo que sempre faremos, em qualquer circunstância. Não pode haver positividade externa, se internamente algo de ruim está entre as suas vibrações. Um sinal se emite, logo outro se recebe. Somos antenas, tanto de envio, como de recepção. E o universo sempre por responder nossos desejos, como meros humanos, nem saber pedir sabemos. Sem as gratidões, sempre por insatisfações com tudo, e as desarmonias, fartos nos desgastes e desequilíbrio do humor, no maior dos casos, pendulando sempre pro lado negativo, emanando a vibração incorreta e trazendo mais daquilo do que não se quer. No pecado de focar sempre no que não se tem, atraindo para si mais do nada. O que te prende, é a mesma coisa que te liberta. Não se recebe somente por mérito, antes disso, que se liberem as palavras de vitórias antes das guerras, em harmonia antes do caos que nem chegou, e até detido pela sua reza à energia positiva, que não lhe permite monologar logo dando sua resposta.





"A Lei da Atração" Escrito por Michael J. Losier.


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Pode Ficar Pra Você



Quê tu pensa que vim buscar? Utensílio, capital, objeto, dinheiro? Quero é o que tem valor, e não é nada palpável de por nos bolsos. Não quero o que está na estante, nem mesa ou prateleira, vim buscar o que está dentro dos olhos, na ponta da língua, na leveza do toque. Não vim buscar a roupa, nem calçado, nada de vestir, vim buscar o de preencher, de satisfazer de dentro pra fora, de arrebatar aqui e agora, o perecível toda hora.



Sobremesa Vingança



Bem sei que ela dá fome, e sua sede ela mata. Se é um prato que se come frio, bem é como uma sobremesa apetitosa que a boca se enche d'água. A barriga cheia indefere de toda adefagia, para essa gana não há satisfação. Contra o seu sabor ninguém pode falar, mas ao preço que se paga sim, pois quem a comete, faz colher por conta própria, derrubando também suas sementes, levando parte na colheita. Vingança, ela que nunca foi de meu feitio, tenho aversão por me igualar ao que erra, mas abertas serão as exceções, se a chance do acerto for dada e meu perdão for pisado, como um pão amassado do diabo. E estarão à seu critério as medidas, na conformidade de seus novos erros.


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O Retrato

[Marca-Texto]



"O Retrato", é uma das introduções do livro "O Vencedor Está Só" e, escrito por Paulo Coelho, publicado em 2008. Nela, o autor fotografa, narrando sua época em que escreveu este livro.
Peço inclusive, antecipadamente perdão pelo pessimismo da seguinte afirmativa, já que nela se resumem meus comentários deste "Marca-Texto".
É somente um ponto de vista, um tanto óbvio e previsível, de que a época atual em que o autor resolveu fotografar, infelizmente não só é atual no nosso presente recente, como perdurará atual, por um grande período de tempo. E não são necessários grandes poderes para prever esse futuro corrompido, já que os fins justificam os meios, e os meios não estão nem nos meios dos decorreres, para que se cheguem os fins.
O livro foi publicado a mais de uma década, e todos estes sintomas só se agravaram. Que esta observação não seja como banho de água fria nas almas, mas que se aumentem as dosagens do que podemos mover em não só teorias, como práticas, não só militâncias, como manifestações, na persistência e indignação, sem cruzar os braços, nem dar de ombros a toda essa desordem.



quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Ervilhas


E assim vão, seguindo seus caminhos, perdendo seus tempos, tentando ser mais parecidos com os outros e sem competência, xerocando o comum. O seu deus é o padrão, ainda que diga que não, de longe dá para ver. Falecendo o verdadeiro ser, não deixando florescer, da forma que se deve. E o que viria a ser matéria-prima, é só diluição e mistura, corrompida e impura, da falsa figura, relutante a persistir. Sem si, rejeita o que de dentro vem, e o superficial mantém, sendo outra pessoa que não é ela mesma. Adulterada em ignorância, opinião não tem a própria, seu QI e tamanho cerebral já se nota, ao grão de ervilha similar.


Braços e Pernas



Uso o que tenho, preciso do que possuo ou posso alcançar. Nem me lembro do que podem me oferecer, e se lembro, trato logo de um improviso que substitua. Conheço bem a face da humildade e de saber precisar sim, é que minhas preferências tem sido pelos meus próprios joelhos se ralando na escalada. E esse fato não me isenta de dar a mão na boa vontade. Sei dar até o braço ao que careça, mas jamais os pés que me trouxeram até onde cheguei.




domingo, 4 de agosto de 2019

consequência


Objetivo não é o sexo na verdade, sexo é só a consequência. Que se estabeleça uma amizade, ponte maior que só carência.

sábado, 3 de agosto de 2019

Gratitud



Quê me cobras, se nada lhe pedi? E Ainda que houvesse pedido algo, deves antes já deixar estipulado, o preço que lhe deve ser pago. Não faça por mim, o que vai esperar algum retorno. Mas espere de mim retornar, o bem que fizer, sem a quem olhar.


Marca-Texto

[Estréia]

Marca-Texto é a page do Monóloguz, que reserva os textos e trechos mais importantes de um livro, numa leitura consecutiva em vídeos e fotos, trazendo os melhores escritores, com as melhores referências de livros atuais e avelhantados.


quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Estancado

Algo que seja mais perecível que o amor?
Algo que seja mais digno de prestígio que o amor? Não seria ele a matéria prima de todas as coisas? Mas quanta dor! Mas quanto sofrimento! Mas quanto sangue! Empatia mesmo é essa. A maior ponte de ligação do que é fronteira em cada um, o que se sente na alma. Feridas, cicatrizes. Afinal, todas as nossas convergências não vêm das costuras de nossa pele? Guerras desnecessárias, uniões que se prevalecem. Não se fala só do sangue que jorrou, mas como se estancou também cada gota.


Boca de Maldizer

Eita boca de maldizer
Sua semente podre a plantar
Sabendo ela que vai colher
O fruto de tudo o que semear

O mal que ela proferir
O mal que ela desejar
Pode até alguém ferir
Mas a cavalo irá voltar

Ferina, traíra, ingrata
Língua de discórdia
Lambe floresta a incendiar

Adoece, aleja, mata
Deus tende misericórdia
Do que ela espraguejar.


quarta-feira, 3 de julho de 2019



Saudações seguidores, visitantes, amigos... Saudações leitores!
Pra mim é uma honra tê-los aqui, fiéis à este tão simples blog, que por suas vezes se manteve, perante aleatórias crises.
Bom, já é meado do ano, e meio ciclo terrestre já se foi. Passaram tão rápido todos esses meses até aqui, que nem parece  que falta menos de um mês para o 4° aniversário do Monóloguz.
Parece que foi ontem mesmo, que o blog era só um projetinho simples de reunir em nuvem todos os escritos digitalizados. Hoje, graças às visualizações do público, tudo passou de um arquivo solto na rede, e se tornou o que é hoje. Um humilde e singelo blog, mas também um veículo de comunicação, que é capaz de propagar sentimento, em diversidade poética original, à quem aprecia e/ou necessita.
Obrigado a todos vocês que tornaram esses 4 anos do blog possíveis.
E a partir do próximo mês, o quarto ano do Monóloguz traz inúmeras novidades e bombas de post sequenciais. Inclusive, a estréia da nova Page do blog "Marca Texto", trazendo uma espécie de ao vivo, da leitura de um livro, com trechos e notas do leitor referente ao livro abordado. O 'Marca Texto' terá a diversidade de fotos, áudios, e a estréia de vídeos nos posts (formato de publicação ainda não adotado pelo blog).
Mas ainda esta semana, o Notas dá as caras. O próximo Notas reúne todos os "Adeuses" do Monóloguz, do começo até atualmente. Despedidas em suas diversas formas, que mais fatiam os pedaços dos fins.




quarta-feira, 19 de junho de 2019

Fútil e Manequim


Há quem goste mesmo é das falsidades. Sorrisos e abraços, beijos no rosto e elogios forçados, antes de qualquer verdade que lhe doa. Há quem se aparte do que é bruto, sincero, do que não foi lapidado. Não sabendo lidar com a nudez da face, como se fossem grosserias as transparências, mantendo-se sempre perto do que é fútil e manequim.




Que Seja Pra Sempre

Que seja pra sempre
O calor dos abraços
O cintilar dos olhos
Simplicidade dos atos

Que seja pra sempre
Esse toque dos beijos
A sensatez ao raiar
Equilíbrio a repousar

Que seja pra sempre
A saudade fecunda
A sincronia das almas
O compasso estável

Que seja pra sempre
Que dure, que se torne
Que torna, que seja
Você e eu pra sempre.





Por: Wallace Oliveira


segunda-feira, 10 de junho de 2019

Amor que se Valorize


Algo tão caro, não pode estar assim em promoção nem estampado em vitrine, à espera do que se compre. Amor dado não é capricho satisfeito. Não é tamanho único, de se caber em qualquer um. Não é algo que se comercializa por bagatela, não é só a tampa da panela. Não é algo que se arranja, nem se resume à metade da laranja. Não cabe em bandeja, é mais que do bolo a cereja. 


terça-feira, 28 de maio de 2019

Culpado Coitado

Culpa vida
Culpa tudo
Culpa a comida
Culpa o mundo

Culpa à Deus
Culpa os pais
Fracassos nunca são seus
Culpar à si jamais

Assumir erro aterroriza
E conjurar seus demônios
É o que lhe resta

Só se vitimiza
Não corre atrás dos sonhos
Nem para isso presta.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Quem Foi Pelo Amor?



Quem foi pelo amor? Que o viram caído e ainda chutaram. Que o viram ferido e apedrejaram. Que o viram em coma nos aparelhos, e os desligaram.
Quem foi pelo amor? Que os bons conselhos não venderam, e como amigos ofereceram, a navalha para lhe sangrar.
Quem foi pelo amor? Que pondo lenha na fogueira, cada cobra traiçoeira, seu papel foi atuar.
Quem foi pelo amor? Que com a sola pisaram, e todas as portas fecharam, pro que ainda podia se curar.
Quem foi pelo amor? Que jogando a última pá de terra, como humano que não erra, e juíz a condenar.
Quem foi pelo amor? Que todos os possíveis aliados, um a um aniquilados, já não restam mais soldados, para pelo amor contra-atacar.


domingo, 5 de maio de 2019

imprevisível


O amor jamais lhe reservará o previsto, ele é labirinto, faminto, é o amargo absinto, ao que espera uma caipifruta.
O amor tem suas barreiras, armadilhas traiçoeiras, que de diversas maneiras, irão se levantar.
Mas o amor é imortal, é o bem e é o mal, é a chave para o portal, do que não se pode esperar.


Limonando o Limoar


Vou limonando o que me limoar.
Adoçando o suco, desse azedo sumo,
Que o limoeiro da vida tem pra dar.


segunda-feira, 29 de abril de 2019

Dedo Podre



Se ele te ligasse no dia seguinte, será mesmo que você valorizaria? Se ele tivesse assuntos para todas as timidezes e quebrasse o gelo sempre que ele se formasse, você levaria tudo tão a sério? Se ele mandasse flores ao invés de simples convites para a cama, você pensaria tanto assim?
A princípio quiçá até diga que sim para estas questões, mas no fundo essa sua paixão é pelo errado, o pouco caso que lhe é feito. Não se mente amor, nem muito menos se trata como lixo. Mas tuas justificativas sobre o dedo podre e suas más escolhas, não são argumentos pras desilusões. 




domingo, 28 de abril de 2019

Pretexto


Pegue depois. Deixarei tudo separado e alguém incumbido de lhe entregar. Nada de tão essencial foi esquecido aqui, para que tenha pressa de regressar. Não me apareça, pelo menos não tão cedo, nem use outro pretexto, além de buscar suas coisas. Se houver alguma dívida, depósitos e saques devem resolver.



domingo, 21 de abril de 2019

Dois Dedos de Café


Pode ficar pra você, muito obrigado. Esse resumo do que você é, nem tire do bolso. Sequer mergulhou para achar o amor dentro da concha, não é barganha tal preciosidade pelo que é fajuto. Nem me mostre o quão pouco é o seu recíproco, guarde para si. Eu quero o que é inteiro, quero copo cheio, nada pela metade. Nem me sirva se forem só dois dedos de café.




sexta-feira, 5 de abril de 2019

Gemido é Dialeto

A língua permita
Lhe percorrer
Molhada excita
Te dá prazer. 

Língua estrangeira
Gemido é dialeto
Do orgasmo à beira
Subindo ao teto. 

No silêncio do toque
Sexo é assunto
Que irá responder?

Não me provoque
Eu te pergunto
Você sabe gemer?




quinta-feira, 4 de abril de 2019

Me Levar, Vou Deixar


Vou deixar, me levar. Me levar pra pegar um ar. Me resgatar, me levar pra tomar umas, vou deixar. Uns goles de liberdade, m'embriagar. Pra passear, me levar, me dar uns beijos se tentar, vou deixar. Pra ver um filme no cinema, me levar. Onde o escuro me lembra, em quê irei mergulhar, e vou deixar.


terça-feira, 19 de março de 2019

Coração Pequeno


Depois de tanto tempo, e o que ficou nítido, é que a mágoa sempre foi maior do que o que se sentia. Ou até mesmo o que se sentia, fosse tão grande, que multiplicou o peso do erro e já não foste mais capaz perdoar. 
É uma pena banires os perdões de chegarem ao coração. Passado. Grande fábrica essa de fantasmas. Onde nem sempre o tempo é o melhor remédio e também pode ser um belo veneno. Estas palavras estão longe de ser uma forma de resumir ou minorar os erros, mas são para medir o tamanho do perdão negado e o quão pequeno era o coração, para que nele não coubesse nenhuma remissão. 

sexta-feira, 8 de março de 2019

TODXS PUTXS

- Ekena -


Quem cê tá pensando que é?
Pra falar que eu sou louca
Que a minha paciência anda pouca pra você
Para de vir me encher
Quem cê tá pensando que é?
Pra falar da minha roupa
Do jeito que eu corto o meu cabelo
Se olha no espelho,
Você não anda valendo o esfolado do meu joelho esquerdo!
Eu tenho pressa e eu quero ir pra rua
Quero ganhar a luta que eu travei
Eu quero andar pelo mundo afora
Vestida de brilho e flor
Mulher, a culpa que tu carrega não é tua
Divide o fardo comigo dessa vez
Que eu quero fazer poesia pelo corpo
E afrontar as leis que o homem criou pra dizer
Quem cê tá pensando que é?
Pra falar pra eu não usar batom vermelho
Quem cê tá pensando que é?
Pra maldizer até os amigos que eu tenho
Vai procurar tua turma e o que fazer
Que de gente como você o mundo anda cheio
Quem cê tá pensando que é?
Quem cê tá pensando que é?
Eu tenho pressa e eu quero ir pra rua
Quero ganhar a luta que eu travei
Eu quero andar pelo mundo afora
Vestida de brilho e flor
Mulher, a culpa que tu carrega não é tua
Divide o fardo comigo dessa vez
Que eu quero fazer poesia pelo corpo
E afrontar as leis que o homem criou pra dizer
Que se usa decote, é puta!
E se a saia tá curta, é puta!
E se dá no primeiro encontro, é puta!
Se raspa o cabelo, é sapa!
E se deixa crescer os pelos, é zoada!
Se tem pau entre as pernas, é trava!
Mas se bota salto alto, é santa!
E se usa 44, é gorda!
Mas se usa 38, é muito magra!
Se sai depois das onze, vai voltar arrombada!
Porque ela pediu, né? Tava na cara!
Olha a roupa que ela saiu de casa!
E todo discurso machista continua:
"Menina, você devia usar uma roupa menos curta!"
Eu tenho pressa e eu quero ir pra rua
Quero ganhar a luta que eu travei
Eu quero andar pelo mundo afora
Vestida de brilho e flor
Mulher, a culpa que tu carrega não é tua
Divide o fardo comigo dessa vez
Que eu quero fazer poesia pelo corpo
E afrontar as leis que o homem criou pra te maldizer
Que o homem criou pra te maldizer!


domingo, 3 de março de 2019

ou nem isso



Talvez fosse pra sempre ou nem isso e só durasse bastante tempo
Talvez levitássemos na foda ou nem isso e só gozássemos umas sete vezes numa noite
Talvez eu te levasse à um requintado e caro restaurante para impressionar ou nem isso e só comprasse um podrão para comermos em casa
Talvez eu esteja a falar de amor aqui ou nem isso e só para contar que foi significativo
Talvez eu seja um idiota ou nem isso e só estivesse numa época onde nada eu levaria tão a sério
Talvez tanto eu tenha me fodido que deixei de arriscar ou nem isso e só deixei a insegurança falar
Talvez eu devesse pedir perdão por algo ou nem isso e só ser grato ao momento proporcionado
Talvez viesse para filtrar meus pesadelos ou nem isso e só me fizesse sonhar outro sonho


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Lá Vem a Puta



A puta chegou pra libertar, costurar as estigmas, resolver os enigmas, chegou pra manifestar.
Veio pra te vingar da traição, pra trancar o coração, veio para infernizar.
Chegou pra dar nessa cara e cheia de marra, te pôr no seu lugar.
Para mostrar quem manda e que não há demanda que tente derrubar.
Ela é barra pesada, de boba não tem nada e desaforo para casa não é de levar.
Respeite essa puta, que também é de luta e pode te cortar.
Se não deu valor à donzela, tratou feito cadela, com a puta aprenderá!



terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Essa Noite


Tudo bem se a gente transar e depois fingirmos que nada aconteceu? Nos usamos um tanto e nessa reciprocidade matamos a carência. Posso ver nos seus olhos uma antiga desilusão, numa sede impressa de quem quer ocupar seus espaços vazios. Não me culpe, nem insulte, somos adultos, não me venha criticar. Me empresto à você que da mesma forma se dá igual, sem promessas de amor, só trocamos o calor, sem vítimas ou vilões. Culpados são aqueles, que atuam o falso afeto, no capricho do objeto e logo irão desaparecer.


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

pra que vir?


pra que vir?
se a cama vai esfriar
e nem vai dormir
muito menos se deitar

pra que vir?
se não vai permanecer
e logo irá partir
antes do amanhecer

pra que me ver
foi um equívoco 
não lembre o endereço

melhor m'esquecer
se não é recíproco
a quem lhe tem apreço

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Trago

Trago abraços, mas também algumas mágoas. Trago perdões nos bolsos, porém também lembranças na mala. Nem todos os erros merecem perdão, mas todos os nobres merecem perdoar. Trago aqui, o presente que ganhei, e o guardo até hoje, porém também trago aqui, o passado que cansei, lugar onde já não se pode mais acertar. Até quando perdoar? Até quando permitir que se erre é a resposta. Apartai. Infelizmente. Perdões não silenciam ecos de berros, e recebê-los pode não significar uma aproximação. Lhe trago a remissão, mas traguei o que é toxina e não me permite esquecer.





Celas


Só és feliz se encarcerar?
Dando a liberdade e vendo
o que lhe tem afeto não se
apartando, mesmo que expulse,
não o faz se sentir amado?
É o medo ou a certeza de
que abrindo as celas seu amor irá?
Amor só é amor com as portas abertas.





quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

FISSÃO BINÁRIA


Serão preciso outros endereços, irão nos perseguir aqui também. Outras novas moradias, outros veículos pra propagar, outros lares. Expandir era previsto, já era parte da rota pluricelular, mas não havia pressão, não havia pressa. Eles se aproximam, trazendo consigo rajadas em ódio, suficientemente fortes com poder até de sucumbir, mas nunca de curar, como poder que temos nas mãos. A palavra, além de matar, dá a vida, e tendo em mãos maior poder que os que perseguem, é questão de instinto multiplicar o mecanismo.

É necessário romper a membrana, nos forçam a se dividir. É defesa, precaução da extinção, é grito de apoio, natureza da Fissão Binária. E que não haja censura, que não hajam pudores, conservadorismos têm limite e podemos provar que também temos os nossos. Ampliar, continuar a propagar, com conceito igualitário e livre. Numa era onde meninos sentem e meninas absorvem, meninos se abraçam e meninas também se beijam. E nesta jornada segue a resistência, sadia e bem alimentada, alicerçada e bem empoderada, quiçá minorada e abafada, mas jamais calada. Nunca só!




Breve no YouTube!

Bem Vindos à era da expansão e liberdade!





quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Yin


Pessoas más sempre enfatizam sua bondade, pois quando fazem algo bom, é já esperando algo em troca ou para estampar sua caridade. Relembrando sempre o bom ato, já que seu natural é o ego.

Yang


Pessoas boas costumam reconhecer que são más, pois sabem que são falhas e quando erram, assumem seus atos, já que seu natural é a virtude.