O jogo do sexo é fácil. Consiste só em querer, ocultando o que se quer dando apenas o entender, sem demonstrar a sede, usando a dualidade e o desafio pra chegar onde quer. Mas o jogo do amor é complexo. Não tem meio termo, nem deixa dúvidas. Ou perde, ou ganha, não tem muita estratégia ou subintenção, pede clareza, verbalização, decisão, declaração. Mas o que nem todo mundo entende, é que nenhum dos jogos são ilegais. Não é errado jogar, errado é trapacear e jogar sujo. Pois só quem aprendeu perdendo, sabe o que é um jogo e tem a escolha de apostar ou não, entendendo que é mais lícito arriscar alguma carta, antes de só ir chorando pra casa e compor mais uma poesia triste. Jogos aguçam a experiência, rendem texto e enriquecem o poema, a questão somente é jogar limpo e saber também perder. Então começa-se a entender, que a carta da escassez é maior que a carta da culpa, que a técnica das flores atrai as borboletas, que o desapego também gera valor, que friendzone também existe, que afeto demais sufoca, que silêncio é resposta e que vence o jogo quem joga com o naipe de "copas" e não com o de "paus".