Bendita a hora em que decidi sair do armário! E não, não é sobre assumir minha sexualidade, isso eu fiz com 15 anos de idade pro meu pai, antes mesmo da minha mãe saber. Mas me refiro a sair do armário com relação aos meus pensamentos, sobre assumir meus sentimentos à 7 anos atrás, em agosto de 2015. Assumir meus monólogos publicamente, levar minhas questões e modo de ver tudo do meu interior pra outra pessoa, foi e é libertador, um divisor de águas na minha vida.
Não falo aqui dos meus 7 anos escrevendo, como se eu tivesse vencido ou zerado a vida, mas falo com referência à plenitude e felicidade que sinto em compartilhar minha essência e expressar a entidade poética todo esse tempo, além da gratidão que é inenarrável. E lembro que em 2013 tive a coragem de mostrar pra uma amiga no ensino médio(que por sinal não esta mais entre nós, saudosa Beatriz), que logo se viu no que eu havia escrito no poema. Aquilo então me deu fôlego para reunir, editar, reescrever e produzir novos textos, para que eu pudesse ter algum conteúdo para expor.
Mais tarde, entendi que a motivação não era sobre ter a validação de outra pessoa, mas sobre poder tocar outra alma e empatizar com ela. Então achei que poderia alcançar mais pessoas e levar pra elas a mesma sensação libertadora de saber que os sentimentos não são singulares. Nessa época não se falava de poesia ou qualquer forma de literatura entre os jovens da minha idade, nem muito menos se abordava sobre na mídia, além de blog ter sido esquecido em 2009 pela internet, já que tínhamos o estouro das redes sociais.
Mas decidi investir mesmo assim nas publicações dos meus escritos, afinal eu precisava organizá-los além do papel e caneta. Desde então, publico aqui fielmente desde os meus 20 anos. Já pensei por diversas vezes em parar, mas o amor pela escrita não me deixa frear esse impulso por escrever sem necessariamente um fim lucrativo(inclusive atualmente estou nessa meta para que se torne um). Pois expressar o que eu sinto escrevendo, é o que eu sou e reflexões sobre amor e resiliência são minha matéria favorita.
Poesia como um imã sempre me sugando de volta, nas diversas áreas da minha vida, ligou caminhos que eu jamais poderia imaginar cruzar, proporcionando um leque de ciclos que tem ecoado e laços que tem fortalecido minhas asas. Hoje produzo todo tipo de conteúdo, mas não paro com a diversidade poética autoral do Monóloguz, ainda mais numa era em que o blogueiro tem sido um pouco mais valorizado e o escritor independente tido seu espaço na rede. E se Deus permitir, em breve na sua mesa de cabeceira. Gratidão pelo afeto!