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sábado, 27 de agosto de 2022

mantos


Fotos por: @3ternize

poetas não são santos

mas querem me canonizar

não me escondo nesses mantos

de perfeição a se zelar


se sou romântico ou puritano

na necessidade de julgar

se cancela ou passa pano

me culpando pelo que projetar


sou de verdade

e seria muito irônico

me resumir pra encaixar


vivo na realidade

sem culpa pelo platônico

da expectativa que se criar


quarta-feira, 17 de agosto de 2022

giletes e boletos

velada depressão

desencadeia compulsão

comprar pra não se matar

depois se matar pra pagar


ciclo vicioso de débito

os concelhos eu não ouço

mais limite no meu crédito

dói mesmo é no bolso


entre giletes e boletos

gastar é meu impulso

possuir para viver


entre dívidas e sonetos

me economiza o pulso

a satisfação de ter


sai de cima


se não fode ama, sai de cima

se não entra, sai da porta

eu que já perdi o clima

e mais nada me importa


nada contra romancinhos

mas exigem demais paciência

não tenho idade pra joguinhos

de verdade ou consequência


ou é, ou não é

vai somar na minha vida

ou ser mais uma decepção


ou fica, ou mete o pé

que amor não enche barriga

nem sexo enche coração


sexta-feira, 12 de agosto de 2022

7 anos

 Bendita a hora em que decidi sair do armário! E não, não é sobre assumir minha sexualidade, isso eu fiz com 15 anos de idade pro meu pai, antes mesmo da minha mãe saber. Mas me refiro a sair do armário com relação aos meus pensamentos, sobre assumir meus sentimentos à 7 anos atrás, em agosto de 2015. Assumir meus monólogos publicamente, levar minhas questões e modo de ver tudo do meu interior pra outra pessoa, foi e é libertador, um divisor de águas na minha vida.

 Não falo aqui dos meus 7 anos escrevendo, como se eu tivesse vencido ou zerado a vida, mas falo com referência à plenitude e felicidade que sinto em compartilhar minha essência e expressar a entidade poética todo esse tempo, além da gratidão que é inenarrável. E lembro que em 2013 tive a coragem de mostrar pra uma amiga no ensino médio(que por sinal não esta mais entre nós, saudosa Beatriz), que logo se viu no que eu havia escrito no poema. Aquilo então me deu fôlego para reunir, editar, reescrever e produzir novos textos, para que eu pudesse ter algum conteúdo para expor.

 Mais tarde, entendi que a motivação não era sobre ter a validação de outra pessoa, mas sobre poder tocar outra alma e empatizar com ela. Então achei que poderia alcançar mais pessoas e levar pra elas a mesma sensação libertadora de saber que os sentimentos não são singulares. Nessa época não se falava de poesia ou qualquer forma de literatura entre os jovens da minha idade, nem muito menos se abordava sobre na mídia, além de blog ter sido esquecido em 2009 pela internet, já que tínhamos o estouro das redes sociais.

 Mas decidi investir mesmo assim nas publicações dos meus escritos, afinal eu precisava organizá-los além do papel e caneta. Desde então, publico aqui fielmente desde os meus 20 anos. Já pensei por diversas vezes em parar, mas o amor pela escrita não me deixa frear esse impulso por escrever sem necessariamente um fim lucrativo(inclusive atualmente estou nessa meta para que se torne um). Pois expressar o que eu sinto escrevendo, é o que eu sou e reflexões sobre amor e resiliência são minha matéria favorita.

 Poesia como um imã sempre me sugando de volta, nas diversas áreas da minha vida, ligou caminhos que eu jamais poderia imaginar cruzar, proporcionando um leque de ciclos que tem ecoado e laços que tem fortalecido minhas asas. Hoje produzo todo tipo de conteúdo, mas não paro com a diversidade poética autoral do Monóloguz, ainda mais numa era em que o blogueiro tem sido um pouco mais valorizado e o escritor independente tido seu espaço na rede. E se Deus permitir, em breve na sua mesa de cabeceira. Gratidão pelo afeto!


terça-feira, 2 de agosto de 2022

vacina 3.0

 Em fim tomei minha terceira dose da vacina contra o covid-19. Graças ao SUS(Sistema Único de Saúde), temos vacinas suficientes para toda a população, como é direito de todo cidadão brasileiro. E boa parte do nosso dinheiro está investido nisso, não da forma como deveria, mas nossos impostos custeiam a saúde pública e os demais sistemas.

 E como é de lei eu produzir um texto ideológico a respeito, sinto que neste eu deveria falar sobre o que parece estar vindo por aí. Mal saímos da pandemia de um vírus, que por sinal ainda não se extirpou, e já temos uma nova doença, que atualmente atinge aproximadamente cinco mil pessoas no mundo. A varíola dos macacos, provocada pelo monkeypox vírus, é uma zoonose e não é uma doença nova, foi descoberta por volta de 1958 nos macacos e infectou humanos por volta de 1970, mas até então só era comum em alguns países.

 Até que em maio, nos deparamos com um surto internacional, declarado pela OMF(Organização Mundial da Saúde), uma emergência de saúde pública. É uma zoonose viral, ou seja, pode ser transmitida de animais para seres humanos e também se propaga entre as pessoas. A transmissão desse vírus, ocorre comumente pelo contato físico, e os sintomas são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, fraqueza, gânglios linfáticos inchados e erupção ou lesões cutâneas, durando entre duas e quatro semanas.

 Então eu me pergunto, o que será do brasileiro, se o governo do nosso país continuar seguindo pela direção que tem trilhado? Será que teremos suporte pra mais um surto, que tem a probabilidade de se estender pelo brasil?

Informações sobre a doença coletadas de brasil.un.org/pt-br