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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Sem Nome Pro Que Sou

Ah se Deus nos desse opções. Se me questionasse entre morrer cedo ou viver mais e enterrar um filho, escolheria já ter partido. Mas sem nos caber escolher, o destino por si só quem dá as cartas.
Senhor coveiro tome este trocado para o lanche, mas mantenha limpo este jazigo, cuide destas flores, pois voltarei em rotina para regá-las.


Segue o curso da vida e eu tenho outros filhos. E orgulhando-me ou não, enterro este meu pedaço que um dia esteve em meu ventre.
Desmembrada, mutilada, isso sim me define, a terra come a minha paz. Que um dia já perdida no balanço de um berço ou nas adolescentes madrugadas que pra casa não voltou mais.
Em meus braços o olho abriu, em meus braços o olho fechou. E se eu quem fosse ele seria órfão, mas se é o contrário, Sem Nome Pro Que Sou.