passei por cada coisa
que eu vivia criticando
Deus me perdoe
por viver julgando
aquele que não sabe nadar
te puxa com a corrente
consigo vai te afogar
na maré alta do que sente
maturidade pra mergulhar
num mar de desilusão
e não vale se castigar
por entregar o coração
não estrague
não sufoque
deixe respirar
só afague
não afogue
aprenda a nadar
fim da lua nova
começo de um novo dia
onde o Brasil posto à prova
com resistência respondia
dia em que o facismo perdeu
e brasileiro se unia
católico, bruxa e ateu
todos pela democracia
venceu a voz do povo
heroico e de brado retumbante
que não é nenhum filho da puta
lua nova do dia novo
brilhou no céu da pátria nesse instante
pra mostrar que um filho teu não foge à luta
Sempre tentarão, e em muitos dos casos até conseguirão matar o amor. E assim como foi com Deus no passado, também tem sido em nossos corações hoje em dia. Mas os que tentam contra o amor, esquecem que ele pode ressurgir dos mortos e eles não.
acusar e apontar, afasta o reconhecimento do erro
quando o silêncio faz a consciência ecoar a própria culpa
poetas não são santos
mas querem me canonizar
não me escondo nesses mantos
de perfeição a se zelar
se sou romântico ou puritano
na necessidade de julgar
se cancela ou passa pano
me culpando pelo que projetar
sou de verdade
e seria muito irônico
me resumir pra encaixar
vivo na realidade
sem culpa pelo platônico
da expectativa que se criar
velada depressão
desencadeia compulsão
comprar pra não se matar
depois se matar pra pagar
ciclo vicioso de débito
os concelhos eu não ouço
mais limite no meu crédito
dói mesmo é no bolso
entre giletes e boletos
gastar é meu impulso
possuir para viver
entre dívidas e sonetos
me economiza o pulso
a satisfação de ter
se não fode ama, sai de cima
se não entra, sai da porta
eu que já perdi o clima
e mais nada me importa
nada contra romancinhos
mas exigem demais paciência
não tenho idade pra joguinhos
de verdade ou consequência
ou é, ou não é
vai somar na minha vida
ou ser mais uma decepção
ou fica, ou mete o pé
que amor não enche barriga
nem sexo enche coração
Bendita a hora em que decidi sair do armário! E não, não é sobre assumir minha sexualidade, isso eu fiz com 15 anos de idade pro meu pai, antes mesmo da minha mãe saber. Mas me refiro a sair do armário com relação aos meus pensamentos, sobre assumir meus sentimentos à 7 anos atrás, em agosto de 2015. Assumir meus monólogos publicamente, levar minhas questões e modo de ver tudo do meu interior pra outra pessoa, foi e é libertador, um divisor de águas na minha vida.
Não falo aqui dos meus 7 anos escrevendo, como se eu tivesse vencido ou zerado a vida, mas falo com referência à plenitude e felicidade que sinto em compartilhar minha essência e expressar a entidade poética todo esse tempo, além da gratidão que é inenarrável. E lembro que em 2013 tive a coragem de mostrar pra uma amiga no ensino médio(que por sinal não esta mais entre nós, saudosa Beatriz), que logo se viu no que eu havia escrito no poema. Aquilo então me deu fôlego para reunir, editar, reescrever e produzir novos textos, para que eu pudesse ter algum conteúdo para expor.
Mais tarde, entendi que a motivação não era sobre ter a validação de outra pessoa, mas sobre poder tocar outra alma e empatizar com ela. Então achei que poderia alcançar mais pessoas e levar pra elas a mesma sensação libertadora de saber que os sentimentos não são singulares. Nessa época não se falava de poesia ou qualquer forma de literatura entre os jovens da minha idade, nem muito menos se abordava sobre na mídia, além de blog ter sido esquecido em 2009 pela internet, já que tínhamos o estouro das redes sociais.
Mas decidi investir mesmo assim nas publicações dos meus escritos, afinal eu precisava organizá-los além do papel e caneta. Desde então, publico aqui fielmente desde os meus 20 anos. Já pensei por diversas vezes em parar, mas o amor pela escrita não me deixa frear esse impulso por escrever sem necessariamente um fim lucrativo(inclusive atualmente estou nessa meta para que se torne um). Pois expressar o que eu sinto escrevendo, é o que eu sou e reflexões sobre amor e resiliência são minha matéria favorita.
Poesia como um imã sempre me sugando de volta, nas diversas áreas da minha vida, ligou caminhos que eu jamais poderia imaginar cruzar, proporcionando um leque de ciclos que tem ecoado e laços que tem fortalecido minhas asas. Hoje produzo todo tipo de conteúdo, mas não paro com a diversidade poética autoral do Monóloguz, ainda mais numa era em que o blogueiro tem sido um pouco mais valorizado e o escritor independente tido seu espaço na rede. E se Deus permitir, em breve na sua mesa de cabeceira. Gratidão pelo afeto!
Em fim tomei minha terceira dose da vacina contra o covid-19. Graças ao SUS(Sistema Único de Saúde), temos vacinas suficientes para toda a população, como é direito de todo cidadão brasileiro. E boa parte do nosso dinheiro está investido nisso, não da forma como deveria, mas nossos impostos custeiam a saúde pública e os demais sistemas.
E como é de lei eu produzir um texto ideológico a respeito, sinto que neste eu deveria falar sobre o que parece estar vindo por aí. Mal saímos da pandemia de um vírus, que por sinal ainda não se extirpou, e já temos uma nova doença, que atualmente atinge aproximadamente cinco mil pessoas no mundo. A varíola dos macacos, provocada pelo monkeypox vírus, é uma zoonose e não é uma doença nova, foi descoberta por volta de 1958 nos macacos e infectou humanos por volta de 1970, mas até então só era comum em alguns países.
Até que em maio, nos deparamos com um surto internacional, declarado pela OMF(Organização Mundial da Saúde), uma emergência de saúde pública. É uma zoonose viral, ou seja, pode ser transmitida de animais para seres humanos e também se propaga entre as pessoas. A transmissão desse vírus, ocorre comumente pelo contato físico, e os sintomas são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, fraqueza, gânglios linfáticos inchados e erupção ou lesões cutâneas, durando entre duas e quatro semanas.
Então eu me pergunto, o que será do brasileiro, se o governo do nosso país continuar seguindo pela direção que tem trilhado? Será que teremos suporte pra mais um surto, que tem a probabilidade de se estender pelo brasil?
Informações sobre a doença coletadas de brasil.un.org/pt-br
Siga, admire e tenha como referência, mas se prefira sempre. Nesse mundo de aparência, se não se amar, nem entre.
O que mais se vê, é ostentação e felicidade, quando boa parte disso nem é real. que tudo flui também na verdade, sem necessariamente postar na rede-social.
Mais que mostrar, é sentir, estando on ou off. Felicidade num mínimo detalhe pode residir, nem sempre no livro inteiro, às vezes só numa estrofe.
Molde que obriga a se enquadrar, nem sempre faz bem pra mente. Espaço que te força a se encaixar, é uma prisão literalmente.
Não é justo e é uma loucura expor mais do que a vivência. Ter que estampar que é feliz a qualquer custo, não é estilo de vida, é doença.
Eles sabem que sua fraqueza está em duvidar de seus próprios poderes como semideus e só assim podem afastar o que soa como uma ameaça. Eles sabem que mais que te sabotar, é fazer você mesmo se sabotar, e dessa forma o cavalo de troia nem precisa entrar pelos portões, mas se forma dentro das muralhas.
excesso de jogos na relação
exige fichas emocionais
apostas de sentimentos
prejudicando a conexão
natural da conquista
robotizando o coração
desorganizando o orgânico
transformando num sistema
completamente mecânico
Eu não estou isento de cometer erros e se em mim foi projetada uma imagem imaculada, tal conceito não sou capaz de sustentar e infelizmente pré-notifico uma decepção. Mas posso garantir, honestidade e transparência, quiça até essa minha penitência, de sem a crítica consciência, deixar a alma sozinha falar.
fez o que fez
pra me chamar de vilão
fez por insensatez
não fez de coração
perdeu a vez
por pretensão
uma estupidez
no calor da emoção
entre estar certo e amar
escolheu a razão
seu vil conforto
prefere apontar
culpa por diversão
chuta cachorro morto
Vídeo e edição por: @3ternize
Certa vez disseram que minhas reflexões tinham mais eu do que poesia. Então, me despi de mim me vestindo de poesia. Voei, Voei, e por onde eu fui, sendo somente poesia, me vi. Retornei ao solo, me despindo da poesia, me vestindo de mim. Pois quando eu sou eu, vejo poesia e quando sou poesia, me vejo. Eu estava nela e ela em mim, eramos duas matérias ocupando o mesmo espaço. Me ser é sentimento e sentimento é poesia, olhar pro outro é também me ver. E de tanto vestir e despir, eu já não sabia mais qual era minha roupa, dava no mesmo, tudo era a mesma coisa, os mesmos retalhos da mesma colcha. Tapei os ouvidos e parei de escrever com base em vãs opiniões, só pro universo abri meus portões, e me deu as conclusões, de que pelo caminho apontados pra mim, haverão mais dedos que olhar.
Nessa publicação, quero compartilhar um presente que ganhei da fotógrafa Ana Vieira, onde fui convidado à conhecer uma exposição maravilhosa no Museu do Amanhã, localizado na Praça Mauá, Centro do rio de janeiro. A exposição Fruturos - Tempos Amazônicos, traz a diversidade da riqueza florestal amazônica e a conscientização do que ainda temos dela, que dividida nos setores: tempos amazônicos; amazônia milenar; amazônia secular; amazônia acelerada; #somosamazonia e amazônias possíveis.
Contudo, a conclusão é a de que tal riqueza acrescenta de forma essencial à nossa economia nacional(já que boa parte desta floresta está no Brasil), mas como o ser humano é ganancioso, sua ambição não se contenta com a suficiência que a mãe natureza dá e a afobação não tem permitido a paciência de colher os frutos dela, e de forma que a curto prazo, eles têm extraído de forma ilegal e nociva em curto prazo esses bens.
Pudera eu ter um melhor dispositivo com bastante memória e qualidade de resolução para trazer um melhor material desta experiência fascinante que absorvi, mas é singelamente de coração que trago essa conexão com o que é sagrado e tem sido deturpado pelo homem por todos esses anos. Espero que sintam a energia que pude captar dessa exposição magnifica que já está nos 45 do 2° tempo e se encerra no dia 12/06.
Nota da Fotógrafa:
Registrar esse momento é ter a possibilidade de conduzir e construir uma experiência também em conjunto, pois todo conhecimento é cultura e precisa ser cultivada, assim como a consciência de que não é à toa que ensinamos aos nossos filhos a grandiosidade e a importância da "Mãe Natureza", preservando-a e respeitando os ensinamentos dos povos originários, que são de fato a essência Brasileira, os chamados Silva (assim como eu) que tem origem na palavra "Selva", você sabia? Pois assim os invasores "descobridores/colonizadores" passaram a identificar os verdadeiros moradores e donos das terras daqui.
O índio guerreiro e genuíno sul-americano virou assim apenas um "selvagem", que até hoje estão distantes culturalmente da "nação" que o Brasil se transformou.
Por fim, queria eu não precisar usar tantas aspas, mas infelizmente ainda creio que não sabemos da nossa verdadeira história e com quem devemos aprender e desenvolver a sabedoria necessária para cuidar das nossas riquezas.
Trabalhos como essa exposição e tantas outras são como janelas de conhecimento, que nos permitem a reconexão com a essência do nosso país que merece ser transmitido e exibido em toda parte para que mais novos brasileiros conheçam o Brasil original, que existe muito antes de assim ser nomeado também.
- Ana Vieira -
Graças a certos pesos na consciência, nos permitimos observar onde precisa melhoria. Só olhando pros nossos próprios atos, podemos trocar as nossas marchas, quando é subida, quando é descida ou quando é ré. Já que recuar quando necessário também é ação, sendo às vezes até a melhor estratégia em avenidas de muito movimento. Não é sobre culpas ou condenações impostas por outra(s) consciência(s), afim de que por via delas nos inferiorize, tirando a nossa razão, nem sobre se lastimar ou martirizar, mas sobre abrir um campo de visão, que permita antes de mudar o mundo, mudar à si. Pois não tem como saber o que é um acerto, sem antes errar, nem o que é erro, sem acertar, assim como a luz faz a sombra. Mas tem sido mais fácil olhar pro outro, na intenção de mudança ou imposição da própria verdade como absoluta, ignorando outras verdades sendo boa parte hipócrita, justificando os próprios defeitos como características a serem aceitas. Quando somente pelo retrovisor da própria consciência, enxergamos nós mesmos nossas infrações, não por rudes acusações dos pardais, que têm fiscalizado o que é bondade ou não, lançando suas multas por aí, mas pela forma correta de criar uma onda significativa que conduza à real mudança, pois mais eficaz que concelhos e críticas, é o bom exemplo.
mãe nem sempre amamenta
mas toda dor ela aguenta
desde o romper da placenta
até quando pro mundo o filho vai
de tal missão não se isenta
nem nas horas de tormenta
é quem os medos afugenta
quando a noite cai
seja de sangue ou adoção
chia a panela de pressão
que nem sempre cozinha só feijão
assim como mãe também sabe ser pai
só dar a luz não nomeia mãe não
mãe mesmo gera no coração
a mais importante gestação
de onde o filho verdadeiramente sai
Dizem que sete é o número da perfeição, só é uma pena eu não ser, e pudera ao menos parecer. Mas imperfeito ou não, até aqui eu cheguei, firme sempre, forte às vezes. Nem um pouco politicamente correto e não me surpreenderia qualquer dia um cancelamento por alguma fala ou ação. Já dizia Pitty "Eu sou uma contradição e foge da minha mão fazer com que tudo que eu digo faça algum sentido...", e é o que eu sou, uma contradição de constante mudança desde que eu nasci.
Sou um bissexual cristão, um conservador depravado, um intelectual rebelde, um romântico safado, um gentleman favelado, o bom exemplo das ovelhas negras... Eu nunca tive um polo, "me ser" nunca foi um polo. Só o que sei é de onde eu venho e para onde eu vou, e o que mear isso, desconheço. Eu já queria falar sobre esse assunto "perfeição", e o número 7 foi a deixa para esclarecer algumas coisas sobre a personalidade de quem vos escreve aqui, e antes de qualquer outra projeção criada dessa imagem de quem aqui posta, quero desfragmentar toda a alusão do que sou.
Sou suburbano da avenida suburbana, na zona morte do hell de janeiro, cidade maravilhosamente caótica. Nem sempre pago as passagens dos transportes públicos e dessa forma reavejo alguns trocados que me foram me roubados pelo governo. Às vezes eu picho algumas paredes com poesia, acho que tenho que compensar as siglas de facção criminosa já pichadas. Sou de bater boca com quem expõe naturalmente um pensamento preconceituoso e quadrado. Nem sempre eu sou um doce ou receptivamente bem humorado...
E poderia eu aqui estar cavando a cova social do belo semideus que não ressuscitaria, como o verdadeiro Deus que veio à uns dois mil anos atrás em forma humana e assim fez, ou quem sabe, abrindo as portas do cancelamento e desmoronando toda a estrutura e caracterização de minha imagem aqui construída. Porém o 7 pra mim, não significa somente a simbologia da perfeição, como afirmou Pitágoras por volta de 500 a.c., mas também um portal de passagem do conhecido para o desconhecido. E é com toda honestidade que clamo o 8, mas jamais com maquiagens e mentiras, como costuma-se ver nas mídias sociais dos influencers consagrados. Pois eu mesmo, não passo de um mero mortal humano, que de sagrado não tem o sangue, mas sim o suor que tenho derramado pra levar minha diversidade poética e reflexiva nessa rede que vem sendo corrompida com egoísmos e futilidades.
Gratidão aos 7k, que têm até aqui permitido tal arte passar por seu feed, alcançando a admiração e o toque em almas. Obrigracias!
O jogo do sexo é fácil. Consiste só em querer, ocultando o que se quer dando apenas o entender, sem demonstrar a sede, usando a dualidade e o desafio pra chegar onde quer. Mas o jogo do amor é complexo. Não tem meio termo, nem deixa dúvidas. Ou perde, ou ganha, não tem muita estratégia ou subintenção, pede clareza, verbalização, decisão, declaração. Mas o que nem todo mundo entende, é que nenhum dos jogos são ilegais. Não é errado jogar, errado é trapacear e jogar sujo. Pois só quem aprendeu perdendo, sabe o que é um jogo e tem a escolha de apostar ou não, entendendo que é mais lícito arriscar alguma carta, antes de só ir chorando pra casa e compor mais uma poesia triste. Jogos aguçam a experiência, rendem texto e enriquecem o poema, a questão somente é jogar limpo e saber também perder. Então começa-se a entender, que a carta da escassez é maior que a carta da culpa, que a técnica das flores atrai as borboletas, que o desapego também gera valor, que friendzone também existe, que afeto demais sufoca, que silêncio é resposta e que vence o jogo quem joga com o naipe de "copas" e não com o de "paus".