Quando tudo o fartava,
Por uma das janelas saltava.
Fugia pra um novo ambiente,
Mais silêncio, pouca gente.
Um lugar onde tudo era belo,
Não existia má feição.
Um universo paralelo,
De realidade com razão.
Sentimentos eram seres elementais,
Transitavam dançando com a natureza.
A Alegria voava com as aves,
Na cachoeira se banhava a Pureza.
A Gratidão brincava com o elefante,
Corria a Amizade com os lobos ofegante.
Até Ira e Mágoa tinham função,
Fazer chover e cair trovão.
O Amor, ali não se via,
Nem do lado da Felicidade.
Era a base de tudo, luz do dia,
Era cada detalhe, brisa, claridade.
Ele sempre adentrava ali com livre acesso,
Tinha dom de materializar-se em sentimento.
Resumia todo seu ser num verso,
Tristeza, saudade, dor, lamento.
Voltava pra casa totalmente abastecido,
Purificado da malícia da maldade.
Em beleza revestido,
Vestido num tecido, positividade.