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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Monologando

Nas cinzas componho,
Com pés na temporal realidade.
Tão obscuro e medonho,
Sem nenhuma claridade.

Escrevo a dor, o meu torpor,
Na solidão da melancolia.
Sangra a caneta, anseia compor,
Lágrima doce que escorria.

Força vital escorre pro papel,
Nos instantes da tormenta.
Vermelho no sublime pincel,
Pinta a trovosa nuvem cinzenta.

Cheios, pesados, vamos jorrar,
As bolsas de fardo esparramar.
Em troca da mágoa e do rancor,
Guardo é meu dom de compor.

Poemas, litros, sangue impresso.
Espelho, rima, sacrificar.
Interior, alma, aura professo.
Poesia, filosofia o monologar.