Entre a cruz e a espada
Sem lenço, sem documento
A democracia é forçada
À escolher entre mula e jumento
Mas calma, pode piorar
Contenha o choro
Pior do que pode ficar
É se elegerem Sérgio Moro
Com o direito de votar
Você escolhe quem vai sair
E quem vai entrar no Palácio
Se me permite opinar
Entre Sérgio ou Jair
Ainda prefiro Luiz Inácio
Velhice nem sempre é sabedoria, apesar de que "ser" é o que ela deveria. Experiência sim é sabedoria! Quando tantos com tão pouca idade, sabendo mais que muito hipócrita de boca cheia. Bem aventurado o vivido que tirou a boa lição, a repassando ao aprendiz.
Para alguns, o número de sua idade só multiplica a experiência da vida, mas para outros, é como se o tempo tivesse parado e mais nada novo valesse, somente o próprio raciocínio retrógrado e imutável, numa era em que muitos se denominam mestres, dizendo o que fazer e por onde ir.
Não vim trazer o clichê do arriscar, errar, sair do lugar... Trago uma sugestão que talvez tenha alguma utilidade, assim como teve para mim, quando busquei respostas para minhas questões internas, externamente e não encontrei. Quantos dizendo o que fazer, para onde ir, o que é melhor e etc... Quando na verdade a melhor resposta está dentro de você. E por mais que esteja certo quem diz as alternativas corretas, chega de ouvir "o que fazer", para dar inicio ao "como fazer", mas antes disso vem o descarte.
Tão simples quanto respirar, não é um ritual, nem exige tanta preparação, como vemos com posições de yôga, mantras e tudo mais. Claro que se tiver todas essas coisas, é legal também, mas basta o principal para se ter uma boa experiência: O silêncio! E se houver o contato com a natureza, trará maior eficácia à experiência introspectiva.
A prática consiste em esvaziar os pensamentos, controlando e concentrando a respiração, durante o máximo de tempo que se sentir à vontade. E mesmo que aleatórios pensamentos venham, o que é normal, o exercício é rebatê-los e manter o foco no "não pensar", para que a mente aprenda a selecionar num crivo, o que realmente é necessário.
A meditação é um treino mental que ajuda a organizar a mente, centrando o poder no foco positivo, já que focar na tensão só traz mais dela mesma e faz os bons pensamentos divagarem até se perder. Pois o que nos motiva não vende em shopping e a energia da mudança e do crescimento está em nós mesmos. O poder da lei da atração rege a meditação, pois ele não consiste somente nas palavras que se emitem, mas também na energia direcionada que se emana.
Como ninguém virou jacaré até agora, então é minha vez de tomar a primeira dose da vacina. Brincadeiras a parte, até por que a grande ironia é eu morar num lugar chamado Jacaré! Mas você deve estar pensando "Só agora tomou a vacina?", e sim, só agora. E não foi por falta de suporte no meu bairro, ou falta de tempo, eu somente não quis. Então continuei seguindo os protocolos, usando bastante máscara, álcool em gel e vivendo minha vida bem caseiro como sempre. E eu até costumava dizer que o mundo foi forçado a viver o mesmo estilo de vida que eu, isolado, só que no meu caso era por gosto e escolha própria. Porém não é de isolamento que vim falar aqui, e sim do nosso livre direito de questionar o que quisermos. Até por que isso é filosofia, questionar tudo, inclusive a própria existência. E é pelo amor à sabedoria, que faço a minha escolha.
Mesmo sabendo da história da revolta da vacina e o quanto isso prejudicou a própria população, fiz minha escolha de esperar, obvio que pondo a minha conta em risco, e não era a conta do insta. Mas como milhares de brasileiros, também tive meu pé atrás, que abrangia um monte de outras questões: governo; teorias; pressa das formulas imunológicas; crises econômicas... Além do mais, se vacina fosse obrigatória como foi um dia, a mais de cem anos atrás, que a brigada sanitária invadia as casas e os opositores eram penalizados, aí que ninguém ia querer vacinar mesmo, assim como o voto, que é obrigatório em nosso país, porém poucos tem o prazer de ir às urnas, eleger mais um ladrão. Pois querendo ou não, tudo é um direito democrático de escolha.
E se antes o governo obrigava se vacinar, hoje ele dificulta se vacinar. E essa foi uma das questões que me fez vacinar logo, antes que não haja mais vacinação da primeira dose, já que atualmente, os prioritários da vacinação ainda esperam a terceira dose que carece nos postos. Mas também confesso que não foi só isso que me fez querer vacinar. E por mais que eu viva uma vida sem muitos rolês, pensar que não vou poder ir no cinema, nem visitar a balada ou um show, sem me vacinar, me fez analisar melhor tudo. E vacinei. Então desde já, obrigado ao #SUS, por que sem ele, com certeza, nosso líder muquirana ia querer cobrar umas quinhentas pila de cada brasileiro, por dose.
Quero me lembrar do que fizeram por mim e me esquecer do que fiz por alguém. Não faço por gratificação nenhum bem feito, meu atos não são remunerados. A não ser pela gratidão, sem pretensão, jamais cobrada, inesperada, nem sempre lembrada. Apesar de gratidão não ser obrigação, ela nem sempre está no coração, não podemos esperar a reciprocidade. E muito legal isso de precisar e poder contar, independentemente do que se possa oferecer. Mas se na posteridade, não houver gratidão no coração, pode embrulhar a embalagem e jogar fora, não serve, não presta, é peso de papel, não herda céu. E que não nos surpreenda tal vazio n'alguns humanos, nem corroam nosso atos os esquecimentos, nem deixemos nós de esperar algo bom, sem generalizar todos. Pois o tolo favorece os patacudos esperando gorjeta, mas o sábio favorece o que carece esperando colheita.
O cômodo acomoda até incomodar
Aquele que o agora procrastinar
Pois quem espera vento para para sair do lugar
Ao menos asteia vela e vai desancorar
De barco ou de canoa, mas no mínimo remar
Raso é zona de conforto para se nadar
Mas para conquistar, tem que marear.
Tecnologia por aqui nunca foi o forte. Não tenho um celular de última geração (ainda), Meu desktop não é dos melhores (por enquanto), a verba para produção de conteúdo anda curta (até começarem os patrocínios), inclusive maior parte das vezes que houve pausa nas publicações, o motivo foi suporte. Porém o que nunca pausou por aqui, foi a inspiração, já que para essa conexão com o universo nunca precisou de tecnologia ou verba, somente papel e caneta. E ainda que haja algum silêncio nas redes, a alma estará gritando e se transladando em palavra, pois a todo tempo eu escrevo. Com a matéria-prima resiliência, sou apenas antena de recepção e emissão, usando as ferramentas possíveis ao meu alcance, já que, modéstia parte, os maiores pensadores e artistas da existência usavam o que tinham, sem a tecnologia moderna à seu favor, e isso não os impedia de criar os conteúdos que ecoam por milênios até atualmente. Ter ou não tecnologia, não importa tanto, quando eu tenho afeto, fidelidade e o prazer na arte de escrever, sendo remunerado ou não. O que importa mesmo, é cada alma que tenho a possibilidade de tocar, seja de quem chega e fica ou está só de passagem. Esse texto é um tanto tardio, pois esperei a estabilidade do número, mas já ultrapassamos os 4k de seguidores semideuses. E à todos vocês vai meu agradecimento. Gratidão à cada um que tem permitido tal arte em seu feed.
Obrigado por ser parte disso!
Um artista não se torna, ele nasce. Pois uma criança é só o futuro da nação, mas uma criança artista, ela é o futuro da humanidade. E quantas delas, deixaram de mudar o mundo por uma obstrução familiar? E quantas as que mudaram o mundo, por que tiveram apoio e giz de cera? É nos olhos do artista que um mundo menos pior se molda. Valorize a pintura de um quadro, assim como a do 7.
[Marca-Texto]
Esse mês, eu já estava planejando publicar o Marca-Texto, inclusive porque esse ano ainda não havia sido publicado nenhum. E eu estava na cruel dúvida de qual livro eu abordaria, já que era o primeiro do ano.
Eu já havia feito minhas leituras, demarcado o que havia chamado minha atenção e necessário de compartilhar, separado os livros que supostamente eu publicaria e então começaria a produzir o formato da publicação.
Mas a duvida ainda me consumia, sobre qual deles eu falaria. Foi quando por coincidência, eu recebi um convite, da Poetisa Larissa Lorena, pruma homenagem ao centenário de Clarice Lispector.
Eu como já não creio em coincidência, na hora lembrei que "A Hora da Estrela", era um dos livros que eu havia separado para fazer a publicação do Marca-Texto. Então senti que era pra eu aceitar o convite, assim como conciliar minha participação no Clariciando (Homenagem ao centenário de Clarice.), ao Marca-Texto, dois coelhos com uma cajadada.
Na época em que li a "Hora da Estrela", me apaixonei pela autora. Inclusive foi o primeiro livro que li dela, meio surrado até, ou completamente, pois nem capa o coitado tem (risos). Eu não lembro bem de como ele chegou ao meu acervo (se eu lembrar prometo voltar aqui nas edições pra contar). Provavelmente algum dos livros que roubei (Como contei num dos últimos Marcas-Texto), ou algum amigo que trocou comigo, ou num dos que minha mãe mandou pra mim.
Lembro que quando o li, me chamou muita atenção mais de um trecho, aliás, o livro todo. Mas era como se em alguns trechos, ela estivesse como um fantasma mesmo, a ponto de me fazer arrepiar sua presença, nos meus ouvidos recitando, observando, descrevendo, me entendendo como nunca ninguém jamais havia feito. Ela explicou minha existência em apenas um trecho. Mas era um fantasma, não por já ter partido deste plano, mas era como um fantasma por parecer estar ali do meu lado no ônibus, me entendendo como escritor, e ninguém estar vendo.
No mesmo instante fiz orelha no livro (e não recomendo), demarcando a parte que eu sublinharia pra ler sempre que entrar em conflitos pessoais. Acredito que todo escritor (seja ele poeta, compositor, redator...), necessita ler Clarice Lispector, ou ao menos alguma das obras, pois além da riqueza de palavras, trás muita evolução e reflexão de si. Eu não posso dizer que substitua uma psicóloga ou psicanalista, mas lê-la, é uma tremenda terapia!
"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias..."
"...ela era um acaso. Um feto jogado na lata de lixo embrulhado em um jornal. Há milhares como ela? Sim, e que são apenas um acaso. Pensando bem: quem não é um acaso na vida? Quanto mim, só me livro de ser apensa um acaso porque escrevo, o que é um ato que é um fato. É quando entro em contato com forças interiores minhas, encontro através de mim o vosso Deus. Para que escrevo? E eu sei? Sei não. Sim, é verdade, às vezes também penso que eu não sou eu, pareço pertencer a uma galáxia longínqua de tão estranho que sou de mim. Sou eu? Espanto-me com o meu encontro..."
